Aqui em minha cidade o que mais importa são os números. Todos acham que há uma educação de qualidade, que as escolas públicas joinvillenses são exemplo por ter um índice elevado nas notas, mas até onde estes números são verdadeiros?
Certa vez, foi aplicada uma prova em uma turma de minha escola e os alunos que conseguiram atingir notas superiores a sete, não puderam fazer a recuperação para, por exemplo, aumentar a nota de sete para oito, ou até mais; não era permitido que eles fizessem essa prova; já os alunos que não tiveram interesse e tiraram notas inferiores a sete, tinha o direito de fazer a prova.
Os alunos que se esforçaram, estudaram e tiraram notas elevadas, tiveram que ficar na sala junto com quem não estudou para a primeira prova, perdendo conteúdo por causa de alunos preguiçosos e despreocupados; porém, ainda consolados achando que a recuperação seria uma prova mais difícil, o que deveria ser.
A surpresa veio, quando foi aplicada a recuperação! A prova que deveria ser mais complicada, foi uma prova com consulta ao caderno.
Estes são os índices joinvilenses? Provas de recuperação fáceis? Alunos que estudam e se dedicam, desmotivados? Onde está a qualidade do ensino? Com certeza, se não houvesse recuperação, todos os alunos iriam estudar para a primeira prova, acabaria esse desrespeito com os que se preocupam, e aí sim, esse índice seria real!
Leandro Jun Kimura
